Rubiaceae

Simira pikia (K.Schum.) Steyerm.

LC

EOO:

144.107,677 Km2

AOO:

64,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado de Minas Gerais — no município Aimorés —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Armação dos Búzios, Guapimirim, Magé, Nova Iguaçu, Nova Iguaçú, Paty do Alferes, Petrópolis e Piraí —, e no estado de São Paulo — nos municípios Apiaí, Monte Alegre do Sul e Sete Barras.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual associada à Mata Atlântica presente em 12 municípios distribuídos pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Apresenta distribuição conhecida ampla, EOO=125490 km², 12 situações de ameaça, com base nos municípios de ocorrência e o distinto estado de conservação das florestas nestas localidades, e presença confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Poderia ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=64 km², sabe-se que possui registros em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino, e embora o valor de AOO e a especifidade de habitat sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada, além das subpopulações já conhecidas dentro de Unidades de Conservação. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que impactem sua persistência. Assim, diante deste cenário, portanto, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 12
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Mem. New York Bot. Gard. 23, 307, 1972.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Árvore de até 20m de altura, ocorrendo em Floresta Estacional Semidecidual, associada à Floresta Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Simira. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14293 (acesso em 07 de agosto de 2020)

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 8.1.1 Unspecified species habitat present regional high
O alto grau de desmatamento da Floresta Atlântica, faz com que os inselbergues percam seus atributos de ilhas. É possível perceber a presença de espécies invasoras que se estabelecem por diversos mecanismos como a abertura de estradas e de clareiras como vias de acesso. Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e M. multiflora P. Beauv. já se estabeleceram em diversos inselbergs do Leste Brasileiro. Para proteger esta flora diversa e singular é preciso integrar este ecossistema em todos os planos de ação para a conservação (Porembsky et al., 1998).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] habitat present regional high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). O município de Aimorés com 134878 ha possui 9204 ha que representam 6,82% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Guapimirim com 36077 ha possui 13984 ha que representam 38% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Magé com 38850 ha possui 14643 ha que representam 37% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Nova Iguaçu com 52125 ha possui 21251 ha que representam 40% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Petrópolis (RJ) com 79580 ha possui 25124 ha que representam 31% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Piraí com 50537 ha possui 14894 ha que representam 29% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas Dos Remanescentes Florestais Da Mata Atlântica Período 2016-2017. Fundação SOS Mata Atlântica e Inst. Pesqui. Espac. URL http://mapas.sosma.org.br/site_media/download/Atlas_Mata_Atlantica_2016-2017_relatorio_tecnico_2018_final.pdf
  2. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Aqui tem Mata? URL http://www.aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas Gerais/Aimorés (acesso em 12 de setembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat present regional high
Áreas não urbanizadas, mas que não mais possuem as características originais de sua vegetação, são as áreas comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Rebio Tinguá (IBAMA, 2006). Os municípios Aimorés (MG), Armação dos Búzios (RJ), Guapimirim (RJ), Magé (RJ), Monte Alegre do Sul (SP), Nova Iguaçu (RJ), Paty do Alferes (RJ), Petrópolis (RJ) e Piraí (RJ) possuem, respectivamente, 68,26% (92076,7ha), 32,93% (2329,6ha), 27,64% (9903,3ha), 14,36% (5654,9ha), 27,88% (3075ha), 18,7% (9736,6ha), 64,43% (20253,8ha), 18,99% (15025,7ha) e 46% (22552,5ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá. Ministério do Meio Ambiente. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/rebio_tingua.pdf
  2. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Aimorés (MG), Armação dos Búzios (RJ), Guapimirim (RJ), Magé (RJ), Monte Alegre do Sul (SP), Nova Iguaçu (RJ), Paty do Alferes (RJ), Petrópolis (RJ) e Piraí (RJ) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.2.2 Agro-industry plantations habitat present local high
Os municípios de Itapeva, Buri, Capão Bonito, Nova Campina, Apiaí, Ribeirão Branco, Itaí, Paranapanema e Bom Sucesso de Itararé, são os que detêm as áreas de reflorestamento por Pinus sp. mais representativas do Pólo de Itapeva/Capão Bonito/Buri (Gava, 2005). Os municípios Apiaí (SP) e Monte Alegre do Sul (SP) possuem, respectivamente, 19,52% (19016ha) e 9,82% (1083ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020).
Referências:
  1. Gava, M., 2005. Viabilidade técnica e econômica da produção de componentes construtivos para habitação social utilizando madeira serrada de pinus de terceira classe de qualidade. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. 243 p.
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, dados de 2018. Municípios: Apiaí (SP) e Monte Alegre do Sul (SP). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/5930 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat present local high
O município de Apiaí (SP) possui 6,99% (6813ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020).
Referências:
  1. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: total, dados de 2018. Município: Apiaí (SP). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 10.3 Avalanches/landslides habitat present regional high
Em Magé os deslizamentos de encostas são impactos ambientais que representam ameaça à espécie (Kassiadou e Sánchez, 2014).
Referências:
  1. Kassiadou, A., Sánchez, C., 2014. Escolas sustentáveis e conflitos socioambientais: reflexões sobre projetos de educação ambiental no contexto escolar em três municípios do estado do Rio de Janeiro. Visões Transdiscipl. sobre Ambient. e Soc. 8.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.2 Commercial & industrial areas habitat present regional high
O município de Magé, situado no entorno da Baía de Guanabara, sofre diversos impactos ambientais em função do crescimento populacional e de atividades industriais (Kassiadou e Sánchez, 2014).
Referências:
  1. Kassiadou, A., Sánchez, C., 2014. Escolas sustentáveis e conflitos socioambientais: reflexões sobre projetos de educação ambiental no contexto escolar em três municípios do estado do Rio de Janeiro. Visões Transdiscipl. sobre Ambient. e Soc. 8.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (US), Área de Proteção Ambiental de Tinguá (US), Área de Proteção Ambiental do Alto Iguaçu (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Mar (US), Área de Proteção Ambiental Suruí (US), Parque Estadual Intervales (PI), Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (PI), Refúgio de Vida Silvestre da Serra da Estrela (PI).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território TER19 - Paraná/São Paulo - 19 (SP).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.